Na semana passada, a ZAP organizou uma votação para consultar os trabalhadores sobre alteração no horário de trabalho aos sábados, no turno da manhã. Os trabalhadores passariam a pegar serviço às 6h e largariam duas horas mais cedo.
Entretanto, antes de terminar a votação, a ZAP interrompeu o processo alegando que o Sindicato era contra a mudança e por isso não seria possível continuar com a proposta. ISSO É UM GRANDE ABSURDO!
Entenda o que aconteceu:
O Sindicato fez contato com a ZAP reivindicando que o correto seria que apenas os trabalhadores do turno da manhã participassem da votação. O Sindicato explicou para a empresa que não havia motivo para o turno da tarde votar, uma vez que ninguém desse turno seria afetado.
A empresa usou esse argumento para dizer que o Sindicato é contra a alteração no horário da turma. Mas como podemos ver, a verdade não é bem assim.
Sobre acordo feito do Ministério do Trabalho entre a ZAP e o Sindicato:
Houve falas da empresa alegando que existe um acordo no Ministério do Trabalho que influencia na decisão da empresa em mudar o horário aos sábados para o turno da manhã. Mais uma vez, a verdade não é bem assim…
Em reunião no Ministério do Trabalho, ficou acordado que a ZAP respeitaria o intervalo de 11 horas entre uma jornada e outra. Ou seja, ninguém pode sair da empresa e voltar a trabalhar novamente em um intervalo menor do que 11 horas.
No entanto, isso não impede a mudança no horário dos sábados, porque o intervalo entre a saída do turno da manhã na sexta-feira e o retorno às 6h de sábado é superior às 11 horas de intervalo obrigatório.
Ou seja, essa justificativa da empresa não tem o menor cabimento. Ainda bem que no Ministério do Trabalho todos os acordos são registrados em ata. Se a empresa insistir em dizer o contrário, é só pedir pra ver a ata da reunião.
A bola está com a ZAP: A empresa quer ou não alterar o horário dos sábados pra turma da manhã?
Como dissemos, o Sindicato não é contra a mudança no horário do turno da manhã e não tem acordo nenhum no Ministério do Trabalho que impeça isso. Desta forma, se a ZAP realmente tem algum interesse em atender essa reivindicação, basta se pronunciar que vamos realizar nova assembleia para legitimar a mudança no horário. Para o sindicato nada mais democrático do que os próprios trabalhadores escolherem o melhor para si.
A ZAP está com a bola. A empresa se posicionar claramente é uma postura mais responsável e ética do que simplesmente tentar jogar pra cima do Sindicato seus problemas.
Postura da ZAP é de garantir exploração e não atender reivindicações dos trabalhadores. PLR foi mais um exemplo.
A incoerência no discurso da empresa sobre a alteração no turno de trabalho não foi o único caso recente. Meses atrás, a ZAP se reuniu com o Sindicato para apresentar uma proposta de PLR. A ideia da empresa era substituir o atual plano de gratificações por um modelo de PLR negociado com o Sindicado e aprovado pelos trabalhadores.
Sabe por que a discussão de PLR não saiu do papel? O Sindicato reivindicou em reunião que os valores pagos na PLR deveriam ser iguais para todos, mas a empresa defende percentual maior para chefia e sua direção, uma vez que os salários já são muito superiores dos que trabalham diretamente no setor de produção. Defendemos que as metas deveriam ser melhor discutidas.
Mas o plano da ZAP era outro. Depois de ver que o Sindicato estava disposto a exigir uma PLR decente para a categoria, a empresa simplesmente cancelou a proposta e manteve seu atual plano de remuneração. Assim ela conseguiu impor suas metas e manteve a chefia ganhando muito, enquanto o pessoal da produção recebe uma mixaria. Tudo sem negociar com o Sindicato.
Por isso fique atento: quando a empresa vir atacar o Sindicato espalhando boatos, pense duas vezes antes de acreditar. Quem conta historinha é a ZAP. O Sindicato defende a categoria e é transparente em suas opiniões.