No último sábado, dia 28/04, dentro e fora do país foi o dia da sociedade mundial lembrar das vítimas de acidentes de trabalho. No Brasil existe até uma lei em memória das vítimas e doentes laborais.
Essa data, por exemplo, há vários anos, intensificada desde 2014, tem sido marcada por campanhas de conscientização dos gráficos mineiros. O Sindicato da classe (STIG-MG) realiza assembleias com trabalhadores e panfletagens em várias empresas para despertar a categoria sobre a relevância da prevenção aos acidentes através de medidas de saúde e de segurança nas empresas.
A participação da categoria em Comissão Internas (Cipas) comprometidas com estas questões é um ponto crucial. O sindicato orienta a classe a participar da Cipa alinhada com o STIG-MG. E exigir da gráfica Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em caso de problemas deste tipo, que geralmente é emitido nas gráficas de MG.
Na última quinta-feira (26/04), o STIG-MG inclusive realizou a panfletagem com os gráficos do jornal Estado de Minas, em Belo Horizonte. Foi preparado um informativo especial onde destaca que o sindicato e os trabalhadores juntos podem reduzir os acidentes nas gráficas.
O material lembra até do maior caso de acidentes com os trabalhadores terceirizados. Oito em cada 10 acidentes laborais no país ocorrem com terceirizados, segundo o Dieese. Ainda assim, o governo Temer e seus congressistas aliados aprovaram a nova lei do trabalho liberando generalizadamente este tipo de contrato precário, além de outros como autônomo, intermitente e etc. “O problema é maior porque eles são submetidos a jornada mais longa, salários menores e são mais acometidos por doenças do trabalho do que os efetivos que desempenham a mesma função”, conta Leonardo Del Roy, presidente da Confederação Nacional dos Gráficos (Conatig).
O STIG-MG leva esta questão muito a sério. E, na última sexta-feira, foi conversar a respeito com os gráficos de grandes empresas na cidade de Contagem, como na gráfica Alterosa, com 450 empregados, e na Zap Gráfica, com 500 empregados. “Nesta última, infelizmente, ocorre vários acidentes com dedos decepados ou esmagados por guilhotina. Muitos Comunicados de Acidentes de Trabalho (CAT) são emitidos no local”, diz José Aparecido, diretor do STIG-MG, presente na panfletagem. O dirigente denuncia que, embora não há nenhum gráfico terceirizado na Zap, a cobrança desumana por produtividade é ampla, o que leva ao elevado número de acidentes e o adoecimento nesta e em outras empresas.
Apesar das campanhas, José Aparecido revela que as mutilações de dedos continuam sendo o principal problema nas gráficas do Estado. “O gráfico precisa se unir ainda mais ao Sindicato e aproveitar a ferramenta da Cipa em sua defesa, desde que seja uma verdadeira Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, e não algo criado pelo patrão para mascarar a realidade”, diz o sindicalista. A entidade inclusive tem exigido de gráficas um descanso de 10 minutos para trabalhadoras do Acabamento. Com isso, evita-se muitos casos de adoecimento mediante o tempo em pé. Mas, se, infelizmente, ocorrer qualquer problema, a categoria tem direito a solicitar o CAT. Denuncie qualquer irregularidade ao Sindicato”, realça.
Cresce acidentes de trabalho, inclusive fatais, desde que a presidência do Brasil foi tomada por Temer e seus aliados. Em 2017, por exemplo, teve mais de dois mil casos de mortes no ambiente laboral no Brasil. A nova lei do trabalho é um dos motivos. A lei da terceirização também é outra culpada. “Os números não metem. Crescem os acidente e doença laborais por conta da ganância patronal que só valoriza o lucro acima de tudo”, critica Del Roy. Ele lembra que nem mesmo a NR12, voltada para a proteção do trabalhador tem sido efetivamente implementada diante da falta de compromisso patronal com a saúde e segurança do gráfico.
Fonte: Conatig.